O carnaval de Sousa e a história

A história do carnaval de Sousa tem um valor imensurável. Desde meados do século passado que a cidade vivendo no apogeu de sua agricultura forte, a pecuária e a cultura do algodão e suas usinas de beneficiamento, tinha uma cultura carnavalesca forte.  Cabe aqui, fazer este resgate desta cultura e suas tradições, para não vê-la perdida sob os ventos do ostracismo e da erosão causada pelo esquecimento de suas festividades populares. 
Vamos falar aqui, de carnaval. 
O carnaval sousense teve seus anos dourados lá pelas décadas de 60 e 70 com o glamour da folia de momo nos bailes carnavalescos promovidos pelo Sousa Ideal Clube com suas Matinées e bailes à noite animadas pelas maiores orquestras carnavalescas. Frequentados pela elite local e com apresentações de grandes Bandas Carnavalescas como a Orquestra de Frevo do Maestro José Queiroga de Melo formada por mais de 30 músicos e cantores. A Orquestra Sonata do Maestro Manoel Gregório; a Orquestra Chaverón do Maestro e Radialista Zeilton Trajano de Cajazeiras; a Orquestra de Cajazeiras do Maestro Rivaldo Santana que animaram e deram brilho e qualidade ao carnaval dos clubes sousenses, entre eles o Campestre Clube de Sousa que após a queda do Sousa Ideal Clube com problemas Judiciais, criou o seu baile mais conhecido e que sobrevive até os dias de hoje: O Baile Verde e Branco.
Nesta época existia uma cultura crescente de carnaval que impulsionava a criação de blocos de rua, com seus adereços e fantasias que coloria as ruas e os bailes de carnaval nos clubes locais e da região: Os Comicozinhos;    Os árabes; O Whiskizito; As Panteras; Os Metralhas; Katu-Katu, etc.
Nas tardes da festa de Momo havia um grande desfile de carros alegóricos e foliões eufóricos pelas ruas da cidade.
No centro era o "Corso". Os carros traziam foliões de todos os tipos, desde mascarados, Pierrôs e Colombinas, confetes e serpentinas nas ruas e nos salões; foliões sujos de talco, pó e farinha de trigo. Utilizava-se muito o uso de seringa com água para a brincadeira do carnaval molhado.
Chapéus, plumas, paetês, sapatilhas, suspensórios coloridos, vestidão de chita, velhos paletós e gravatas e muita cerveja davam estímulo para o gás do carnaval. Com muito frevo sob a harmonia e o ritmo de uma banda com Trombone de vara, pistom, zabumba e caixa – o som arrastava a multidão para cair no passo frevo e das marchinhas de carnaval.
Nos bairros o batuque era de samba. As Escolas de Samba saíam às ruas para mostrar o seu carnaval com Os Imperadores do Samba e Malandros do Morro. 
No bairro do Alto do Cruzeiro o Clube Popular Enéas Preto animava os foliões da periferia com suas matinês de carnaval.
Do bairro da Estação saía uma troça carnavalesca, com os foliões todos vestindo uma fantasia de saco de estopa num sol de 38 graus percorrendo as ruas da cidade ao som de Zabumba, triângulo e pandeiro.
Chico Cardoso introduzindo a figura do Rei Momo no carnaval de Sousa desfilando em carro aberto pelas ruas e recebendo a chave da cidade do prefeito, decretando a abertura dos festejos do carnaval.
A criação da Liga das Escolas de Samba e a organização dos desfiles das Escolas de Samba de Sousa com 07 agremiações que por muitos anos tornou Sousa a única cidade na Paraíba com um grande desfile de Carnaval de Escolas de Samba e que infelizmente nos últimos anos não tem encontrado apoio do poder público para sua realização. Fica o registro.


By Edilberto Abrantes.

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