O Vendedor de Limão


Naquela feira em pé feito um poste estava o homem, a seus pés um saco amarrado com barbante. De cara amarrada, vez em quando fazia um cigarro de palha, e o fumava timidamente sem sequer olhar para os lados, para frente ou para trás na sua ação mecanicamente estudada e ensaiada várias vezes, como era costume.
Alguem chegou e indagou: - O que é que tem dentro do saco? pode abrir?
Silenciosamente, sem pressa abriu o saco.
O outro satisfeito acenou: - Ah, é limão? é? não tem limão na feira e o senhor com a boca do saco amarrada? é para vender?
O homem: - pra vender.
O sujeito enfiou a mão no fundo do saco, escolheu o maior limão que havia e disse:
- O senhor me dá esse aqui, para eu tomar uma pinga?
O homem cansado faminto, pois não vendera um limão sequer, levantou o saco e o atirou contra o sujeito que lhe pedira um limão. Como não tinha limão na feira para vender, a população caiu em cima à cata dos frutos expostos na rua, alguns de joelhos outros de cócoras, todos curvados à procura do real fruto à falta no mercado, deixando cada vez mais irado o homem de cara amarrada.
- Vá chupar limão no inferno! Vociferou.

PS: O comércio local está como este homem (com a boca do saco amarrada!) fechada para a publicidade, para o anúncio de seus produtos e serviços; seja na mídia de rádio, na imprensa escrita, na internet. Quero dizer para os dirigentes comerciais e industriais sousenses que quem não se mostra, quem não anuncia não divulga seus produtos, não se faz conhecer e não vende. Fica para trás no mercado concorrido dos dias atuais; é engolido pela concorrência. O mundo gira!

Edilberto Abrantes.

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