Bandidagem Virtual!

Mãos ao alto, isto é um sequestro! Não se mexa, não se bula, porque embora seja um assalto feito por telefone de forma virtual, voce vai fazer tudo que eu mando! Estou aqui, com alguem de sua estima, sob a mira de um Trezoitão e quero que voce deposite R$: 10.000,00 reais na minha conta. Não tem? tem oito mil? não tem oito mil? que vergonha... e Seis Mil? também não tem? assim fica difícil de negociar! Espere R$: 3.000,00 voce tem... Ah, tem né! Pois vá depositar no banco, ta aí o número da conta...
O infeliz que passa por uma situação constrangedora dessas, por um golpe desses, sai de casa feito uma mariposa às cegas à procura de luz, de ajuda para a solução de seu problema, totalmente desnorteado com a infâmia e a desumanidade de que foi vítima. Procura a todo custo localizar o parente o filho, o irmão, o pai, a mulher que supostamente estaria nas mãos dos criminosos via sequestro.
Liga para todos os lugares e procura em todos os cantos à procura do paradeiro de seus entes queridos, quando consegue localizar os parentes são e salvos e ver que tudo não passou de um golpe furado, um trote e um blefe do crime organizado, o seu prejuízo se resume a alterações na pressão arterial e stress movido por um grande susto. Agora, quando o sujeito não consegue localizar seu ente querido e tem os passos seguidos pela marginalidade, aí o prejuízo é maior; porque além do trauma, da aflição e do medo, do sofrimento e do choque pelo constrangimento o cidadão ainda perde dinheiro e a crença nas instituições e nos homens.
A violência virtual está aí para aterrorizar os cidadãos de bem, não importa mais grades nas janelas e muros altos quando não há como isolar os fios do telefone.

Edilberto Abrantes.


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