Reclamar por reclamar...

Se todos somos iguais perante a lei, por que uns vão para a cadeia e outros não, pelo mesmo crime? por que uma vítima fatal, sempre é transformada em culpada para absolvição de um réu comprovadamente culpado? por que o habeas corpus para beneficiar o criminoso em potencial? 
Por que a fiança para beneficiar o bêbado que comete a tragédia e o crime no trânsito, e ainda sai rindo e debochando da cara do cidadão? Por que aceitamos que a violência e a criminalidade cresça de forma assustadora em nossa cidade, em nosso bairro, em nossa rua? 
Por que há menos policiais nas ruas do que nos quartéis? Por que não protestamos contra os altos impostos que pagamos e contra a falta de segurança nas ruas, instituições bancárias, em nossas estradas, nossas escolas, em nossa vida?
Por que enfim, não reclamamos dos altos salários de Senadores, Deputados e políticos brasileiros que ganham salários exorbitantes e nós trabalhadores ganhamos um salário irrisório e não traduz o esforço e o conhecimento técnico que nós cidadãos oferecemos em nosso currículo, para tão pouca renda?
Quem disse que não sabemos reclamar? reclamamos sim, da barriga grande do vizinho; da sua vida privada e do quanto ele gasta com seus gatos e cachorros... reclamamos do esgoto estourado de nossa rua; reclamamos de falta de luz no poste em frente a nossa casa; das filas de bancos; da entrega de correspondências pelos correios; do jogo de futebol; do vencimento deste ou daquele produto que compramos no mercado; reclamamos de uma roupa amarrotada, de um sapato sem brilho; dos odores fétidos dos pés ou das axilas.
Reclamamos enfim, de tudo que é supérfluo e fútil; não reclamamos de nossos direitos sociais e das coisas que realmente fazem sentido na construção de nossa cidadania e de uma sociedade melhor.
Reclamar por reclamar aliena o cidadão e não evolui.

Edilberto Abrantes.

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