Vivemos no mundo surreal

Não estamos num mundo real onde tudo acontece de acordo com nossas conveniências, ou de nossas ações e vontades. Vivemos num mundo surreal, tal qual uma tela de Salvador Dali. É um tempo de conflitos sociais e ideológicos. O coletivo é um pesadelo individual de cada cidadão que não o enxerga em sua miopia como sendo a saída para uma vida comum.
Somos seres de outro planeta, num universo que não é nosso, numa galáxia que não é nossa; orbitando entre asteróides e lixo espacial na mais desgastante e perigosa viagem que a nossa nave e seus tripulantes enfrentam rumo ao desconhecido. Estamos presos num buraco negro, sendo sugados pela sua força magnética rumo ao nada, à estática da escuridão, onde não existe frio ou calor; ventos refrescantes, brisas atenuantes, oscilações climáticas, veredas, vertentes, escolhas, brechas que possam nos oferecer opções... 
Estamos no controle do mundo em meio a botões de comando, painéis de controle e mouses, chaves de partida, ignição. Somos condutores de uma grande nave que não se sabe onde vai parar. Qual o destino? quem nos governa? por que nos governa? e quem nos governa? São questões absurdas que não buscamos respostas, por que as respostas estão dentro da gente. Não sabemos respondê-las. Não nos cobramos por que nos deixamos dominar tão facilmente à troco de nada; de trabalhos degradantes, humilhantes que a burguesia para nos enganar criou o chavão de que "todo trabalho é digno". É?
É digno não ter oportunidades iguais na rua? na escola? no emprego e renda? na moradia? nos serviços de saúde e acesso às oportunidades de crescimento profissional? nas facilidades de crédito? no reconhecimento da cidadania? Como dizia um amigo meu Reginaldo Ponciano: "No céu entra quem Deus quer, na terra vale quem tem".
Estamos à beira da falência moral e, neste processo de desagregação social e falta de credibilidade das instituições constituídas no passado com sangue e lágrimas, estamos à mercê da corrupção, da fraude, da pirataria, do calote, das organizações criminais, da violência em todas as suas mazelas e esferas, nos destruindo aos poucos, nos transformando em animais irracionais de fato, pois, perdemos o senso e a racionalidade de análise, a autocrítica, a sensibilidade, e a vontade de mudança por acreditar que o homem ainda tem jeito.
O homem quer ir à Marte, a Júpiter? Que vá...
Lá, talvez exista espaço e tempo para desenvolver a sua sanha destruidora, aqui não dá mais.
O processo de destruição é irreversível.

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