Onde está o Sertanejo?

Já dizia Euclides da Cunha no seu livro "Os Sertões" que o sertanejo é antes de tudo um forte! O grande escritor carioca escreveu a sua obra baseada numa expedição que fez ao nordeste em 1897 para cobrir como repórter e correspondente do Jornal o Estado de São Paulo, a invasão de Canudos-BA pelo governo federal em perseguição a Antonio Conselheiro líder messiânico que incomodava o governo republicano de Prudente de Morais. Natural de Cantagalo-RJ Euclides da Cunha narra em sua obra toda a beleza do sertão nordestino: suas intempéries, o sofrimento do povo e suas necessidades; o solo rico do sertão verdejante na época das chuvas; o seu relevo, o terreno, os rios e a caatinga unóspita e indomável; a aridez da terra e do homem que nela vive com sua resignação e sua teimosia em intensa interação com o ambiente difícil que escolheu para viver. Correto? Errado. Nos dias de hoje com a parabólica (aquele arupemba) em cima das casas, o sertanejo tem outra visão de mundo por mais distante que esteja dos grandes centros. A emigração para outros lugares é um fato irremediável. O sertanejo, com a coragem de outrora, migra para os lugares mais distantes do globo: Finlândia, Austrália, Mongólia, China, Índia, Estados Unidos, Europa e a diversos países. A caatinga? o sertão? o sertanejo não quer mais puxar cobra para os pés... pitar um cigarrinho de palha numa varanda iluminada pelos raios da lua refletidos do espelho d'agua de um açude cheio... Enfim, quer encontrar um sertanejo? basta procurá-lo nas periferias das grandes cidades e, o verá na maioria das vezes em péssimas condições de vida. As cidades estão inchando e o campo, cada dia mais vazio com o êxodo rural. Estamos na era da parabólica, da globalização e do consumo perigoso para as populações.

Edilberto Abrantes.

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