UM POVO SEM MEMÓRIA?

Um povo sem passado é um povo sem memória, sem história. De fato, não se pode ter um acervo de pesquisa que possa contribuir para contar a história de uma cidade, de uma região, de um país sem que se possa recorrer a um patrimônio bem preservado, conservado para as gerações futuras, hoje acobertado por leis específicas de proteção do patrimônio sejam estas na esfera Federal através do IPHAN (instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) ou estadual como o IPHAEP (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba). Em Sousa essa história, essa memória está ruindo com suas construções históricas, os casarões estão sendo demolidos de forma criminosa e caindo diante de nossos olhos frente ao descaso, e a omissão dos responsáveis por esses monumentos que de forma desafiadora nada fazem para zelar e cuidar do patrimônio histórico que tem nas mãos e sob sua tutela. O que se fez com o belíssimo conjunto arquitetônico do COLÉGIO 10 DE JULHO? o nosso primeiro grande colégio e um dos mais tradicionais de nossa cidade, pasmem! a ganância e o egoísmo do boom imobiliário em Sousa loteou o grande espaço do colégio que poderia abrigar um grande Ginásio poliesportivo, virou um loteamento e um conjunto de casas residenciais; o restante do colégio está caindo e hoje é um amontoado de escombros e um antro de traficantes e ladrões, prostitutas e toda sorte de desocupados. Daqui um ano ou dois com certeza vai virar mais um aglomerado de casas residenciais. Alguem reclama? não. A cidade não tem história, não está no mapa, não existe gente organizada que possa lutar contra esse crime!
 A bola da vez agora é o prédio belíssimo do COLÉGIO COMERCIAL "CÔNEGO JOSÉ VIANA" que poderia muito bem abrigar uma Biblioteca Pública, um Centro Cultural, um Complexo Artesanal, um Centro de Convenções Municipal, mas está ruindo... está caindo, caindo? sei lá, já tiraram o telhado de uma parte. E aí? o que se faz ou se fará pela manutenção daquele monumento? sei não, pelo andar da carruagem alí não ficará pedra sobre pedra... o sertanejo está sob os encantos do setor imobiliário e o estado, este cada dia menos se envolve com problemas que envolvam a qualidade de vida, a educação e a cultura da sociedade. Uma lástima. Resta-nos evocar o bom senso das pessoas para não deixar apagar a nossa memória. Afinal, de que adianta um futuro sem memória?

Edilberto Abrantes.

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