Prostituição não educa ninguem!

Dizia a filha a sua mãe, com  o peito cheio de orgulho:
- Mamãe, tá vendo este apartamento decorado com todo o requinte e conforto? e a decoração com o apuro da modernidade?
- Vê minhas roupas? são todas de grife compradas nas mais caras boutiques do sertão! - continuou ela.
- Voce ganhou na loteria, filha? - perguntou a mãe.
- Com o que eu ganho mãe, dá para pagar a faculdade, me vestir, pagar esse apartamento mobiliado e ainda ajudar nas despesas de casa!
- Mas filha, de onde vem todo esse dinheiro? voce por acaso assaltou um banco? quem paga suas contas? 
- Mainha eu sou uma profissional do sexo! Garota de programa! Faço programas com homens e ganho muito bem por isso. Cobro de R$: 200,00 a R$: 300,00 por programa! - Disse ela sob o olhar espantado de uma simples dona de casa, uma mãe desesperada diante da declaração catastrófica da filha.
Num fio de voz a mãe protestou: - A prostituição chegou na universidade, filha? Como? a faculdade não é um lugar onde se tem educação?
- Ei mãe, o que é que está havendo? eu não sou puta, não! eu me viro, dou um rolê com alguns caras que podem pagar, e faço com a onda deles um bom dinheiro. Que mal há nisso? - retrucou a filha.
- Só me responda uma coisa: como voce receberia a notícia de que antes de voce nascer eu me prostituí, vendi meu corpo para um ou outro bêbado usar e abusar de mim por uns míseros trocados? Voce se sentiria bem quando te apontassem como a filha da puta? se orgulharia de ter como mãe alguem que se deixou prostituir pela vaidade consumista, covarde, a preguiça de trabalhar com dignidade mesmo ganhando pouco? Voce se olha no espelho todos os dias? já viu uma prostituta feliz, assumida filha? já viu alguem de sucesso se orgulhar de ter se prostituído no passado? - Disse a mãe entre lágrimas...
- Mas mãe... eu!
- Não diga nada. Minha filha morreu quando saiu de casa sonhando alto...
- Mamãe! eu sou sua filha! a senhora não pode me tratar assim, como uma...
- Vadia? prostituta? não, não posso. Não criei filha para isso! Mas esqueça do caminho de casa, por que a morte doeria bem menos que esta dor da vergonha, da decepção, do desengano, da ilusão de que nós poderíamos construir uma vida melhor com a educação e o conhecimento. Vejo que não! - Disse cabisbaixa entre soluços, fechando a porta vagarosamente.
A moça dá de ombros pela reação inesperada da mãe enquanto o telefone Celular toca insistentemente. 
- Puta eu não sou! posso ser putinha, louca por sexo, ninfomaníaca, bi, gay, mas puta não!
Se joga na cama e cai num sono profundo cansada de mais uma noite de amor.
Como pagar a universidade de jornalismo sem fazer upa-upa? sem sentar no colo e se fazer acompanhar de executivos em festas e jantares e ainda ganhar um bom dinheiro?
Ei, mamães, não vale ter preconceito com a profissão mais antiga do mundo, que agora é regulamentada por lei e tem todas as garantias sociais e benefícios como toda e qualquer profissão.
Embora algumas digam que dão a perereca para cursar uma faculdade, o certo é que em nome das quengas, das raparigas, das vagabundas, das profissionais do sexo, do putaral de plantão em beira de estradas e postos de gasolina, nos moquifos, nos inferninhos e palafitas da vida, quero dizer que todas dão por que gostam de dar! Sem essa de dizer que se prostitui para ter uma vida melhor; prostituição não dá vida boa a ninguem. Prostituição é sinônimo de violência, pobreza e miséria para qualquer mulher, uma crueldade inominável que se pratica com as mulheres desde o começo da humanidade.
Diga não à prostituição!

Edilberto Abrantes.





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