Bons Tempos aqueles...
Lá pelos idos dos anos 70 do século XX fazia-se política por paixão e ideologia. Vivíamos na época do autoritarismo, do regime militar, sob os efeitos do ato institucional nº 5 que fazia repressão a democracia e as liberdades individuais. Só não tinhamos as leis que temos hoje em vigor no sistema eleitoral com referência aos comícios e as farras que se fazia pelos sítios e logradouros à possíveis eleitores. Só havia dois partidos políticos naquela época: a ARENA partido da situação e o MDB que fazia o posição. Brigava-se por política naquela época. Época em que o eleitor guardava e colecionava retratos e panfletos de políticos em casa, pregava na parede a foto do seu candidato como um ente querido. Nessa época não havia mensalão! Não se guardava dinheiro na cueca! Não havia o escândalo das ambulâncias e nem palavras como Nepotismo, favoritismo, crime do colarinho branco. TCU era com certeza um palavrão! Já pensou? vá tomar no TCU! Ou, - Vereador olha a ética... Quem é essa ética pra eu mandar ela tomar naquele lugar também?
Pois é, naquele tempo, tempo em que não se exigia escolaridade; no tempo em que não se exigia diploma para um cargo eletivo, um candidato a vereador em cima da corroceria de uma Camionete discursava para os matutos de um distrito aqui perto de Sousa:
- Meus amigos eleitores, votem n´eu!
Um colega seu, tambem candidato a vereador cutuca e o repreende:
- Não é vote em n´eu não, burro! é vote em mim!
O outro responde na lata, sob aplausos dos eleitores:
- Peça pra voce, que eu peço pra eu!
Era assim a política gostosa de outrora. Brigava-se pelo voto de maneira singela, singular, sem juiz, promotor, falsos testemunhos, mala preta, pasta rosa, sem vender a alma, a honra, a consciência. Nessa época o que um vereador ganhava mal dava para o seu sustento, mas prevalecia a sua vontade de contribuir para o crescimento da comunidade. Bons tempos aqueles...
Edilberto Abrantes.
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