Santo, Pretensão ou Loucura?

                   Outro dia eu conversava com um amigo que dizia-se santo e em vias de fato de entrar no reino do céu com toda sua crença e ignorância. Dizia-se um homem escolhido por Deus. Não se disse pecador em momento algum; não se disse comedor de feijão durante o tempo de nosso diálogo; sequer me incluiu na sua santidade ou que eu tivesse qualquer privilégio de ir para o céu também, pelo fato de privar da sua amizade tão especial e tão salutar até aquele momento. Confesso que não senti inveja do santo, mesmo porque era a primeira vez que eu me via diante de um santo, apesar da grande novidade, jamais pensara ser um santo de carne e osso como eu. Esse tipo de pessoa cruza com a gente todos os dias perambulando pelos becos das cidades.
A igreja canoniza seus santos depois de mortos, após um longo processo de estudos doutrinários profundos, que são levados a um tribunal no vaticano para a proclamação do novo santo pelo mandatário da igreja, o papa! Por isto, não ignore, não pense que sou amigo do papa, nem que seja amigo de algum santo que você desconheça, mas que seja santo assim mesmo. Esse é o ponto. As pessoas hoje em dia vivem a alienação de seus problemas e a mercê de picaretas religiosos de seitas espalhadas pelo país de norte a sul, vendendo curas milagrosas e sucessos financeiros a seus seguidores, contrários diga-se de passagem a doutrina do evangelho. As igrejas que vendem oportunidades a seus seguidores com promessas de melhores dias e bênçãos em forma de enriquecimento financeiro, na verdade só elas tem crescido e aumentado o seu patrimônio com a abertura de novos templos em grandes cidades do país, mais que qualquer outro seguimento no mercado de empresas e atividades comerciais. Para se abrir uma igreja evangélica é muito fácil, basta entrar com a documentação nos órgãos oficiais e fazer o seu registro. Procurar um ponto comercial e instalar. Um dado negativo, são os anúncios de classificados nos grandes jornais de circulação pelo país, expondo templos evangélicos à venda e o tipo de negociação que se faz em nome da fé, em nome do desespero dessa gente cada dia mais sozinha, sem o estado para lhe dar seguridade social e apoio; sem a sociedade, sem a família, desagregada pelo consumo desenfreado de bens e serviços; pela corrida do capital que cria seus monstros e mazelas abrindo caminho para a prostituição, para o crime, para o consumo de drogas, para a pedofilia e a corrupção institucional, deixando o cidadão comum refém de vigaristas e fanáticos, que usam a religião em benefício próprio, com uma legião de seguidores cada vez mais pobres e entregues à própria sorte.

Edilberto Abrantes.

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