A QUEDA DA TORRE!

                    Um acontecimento sem precedentes na história de Sousa ocorreu no dia 16 de abril de 2007: a queda da torre da Igreja de Nossa Senhora dos Remédios! Um fato estonteante, inusitado, inesperado, trágico que deixou estupefatos os moradores da cidade, boquiabertos com a queda do monumento, da velha e centenária construção de barro e argamassa que levou mais de oitenta anos para ser construída pelos fiéis e devotos de Nossa Senhora. A igreja de uma beleza raríssima guarda em seu interior pinturas de renomados artistas búlgaros que deixaram a sua arte estampada em suas paredes, enriquecendo o patrimônio cultural e material da igreja. Sua construção começou no século XIX e terminou no século XX por volta de meados dos anos 70!
           Grandes pregadores e artífices da fé passaram pela igreja dos remédios e lá fizeram de suas pregações seu ofício como Frei Damião de Bozzano um franzino frade capuchinho que exerceu seu ofício de pregador e peregrino da fé aportando nas dependências da velha igreja para evangelizar e dar continuidade à sua missão de servo de Deus!
           Vários bispos da diocese de Cajazeiras conviveram harmoniosamente com os fiéis sousenses em suas celebrações sob o teto da imponente construção como Dom Zacarias de Moura que foi um de seus vigários antes de ser Bispo e também contribuiu na sua construção na década de 40 do séc. XX. Dom Matias também acompanhou e celebrou muitas vezes no altar da igreja dos Remédios, bem como o atual bispo da diocese  de Cajazeiras Dom José González, que muitas vezes celebrou e participou com a comunidade católica sousense de sua fé e fortalecimento da doutrina católica, através das tradicionais procissões, culto à Semana Santa e a tradição das Festas da Padroeira de Nossa Senhora dos Remédios.
         Um monumento representando algo indestrutível, inexpugnável, imponente em sua grandeza, que levou quase uma centena de anos para ser construído não poderia nunca ruir aos olhos de uma população incrédula com a tragédia, com o pesadelo, o sonho de poder e indestrutibilidade jogado ao chão entre um amontoado de entulho e ferragem retorcida.
            Numa noite fatídica, uma noite chuvosa onde as infiltrações sobre suas paredes e rachaduras sulcadas pela água ao longo de vários anos, contribuíram para abalar consideravelmente as estruturas da torre esquerda da igreja na madrugada fria daquele sábado chuvoso, provocando o desabamento, a queda colossal da construção gigante, da torre esquerda da igreja de Nossa Senhora dos Remédios em Sousa-PB ruindo com ela a fé, as crenças, a religiosidade do povo sousense e toda sua história e toda sua memória de um tempo de segurança, de resistência, de durabilidade, de fortaleza. A queda da torre derrubou mitos, um Sino de meia tonelada, o relógio símbolo do tempo e da constância das horas em seu trabalho contínuo de mensageiro das horas.
            A torre esquerda ruiu, caiu como caem as pontes, os montes, os castelos, os muros e autoestradas, mas nenhum teve tamanho significado para o sousense como o foi a queda da torre levando-se em conta o tempo para sua construção e também o tempo que esperamos para sua reconstrução. Faz mais de três anos da catástrofe ocorrida em Sousa que abalou e comprometeu toda estrutura da igreja e ainda sequer as autoridades finalizaram a primeira etapa de sua reconstrução. O que podemos esperar? Num momento tão difícil para a fé cristã, num momento tão espinhoso para a igreja católica é de extrema necessidade e, portanto vital a reconstrução da casa de Deus o mais rápido possível, para que possamos sanar nossas dores e voltar a pisar em terreno firme e seguro com o restabelecimento de nosso templo de orações e fé.
            Com certeza a queda da torre mexeu com todos os sousenses de uma forma geral. A tristeza foi comum. A decepção e a sensação de desemparo, de infelicidade foram generalizadas junte-se a isso o temor de ruir todo o monumento, a igreja em toda sua estrutura. Para mim foi algo indescritível, algo que não concebia. A queda da torre mexeu com a Paraíba!


Edilberto Abrantes.




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