O Estado não somos nós?

Segundo historiadores, o Brasil foi colonizado por degredados vindos de portugal e de países da europa no séc. XVI que abarrotavam naus e frotas lusitâneas, tendo como porto e destino terras brasileiras e sua vastidão ao longo da costa do atlântico. El rei de portugal punia seus prisioneiros com uma vida no continente desconhecido da américa do Sul - Terra de Santa Cruz, Pindorama, Brasil. Homens de todas as estirpes, ladrões, bandoleiros, vigaristas, assassinos circulavam entre os nativos desta terra na aventura de coloniza-la, domá-la, catequizá-la, escravizá-la, usurpá-la. Muitos aqui morreram comidos pela antropofagia dos nativos! Muitos caíram ao golpe do tacape ou atingido pelas lanças dos povos indígenas para defender o seu chão daqueles que se diziam donos de metade do mundo. Era uma terra sem lei, sem limites de selvageria, homens entregues à doença e a seus infortúnios, à guerra, à fome, à miséria e a sua própria sorte com  sua bestialidade e sua ignorância , e ao crime sem sentença quando se estuprava e se matava os índios e suas mulheres e crianças em nome de El rei de portugal e seus interesses de ocupação nos tempos de colonização do Brasil.
Hoje, mais de 500 anos depois, estamos vivendo e convivendo com o crime em nossas cidades apesar de magistrados togados e tribunais; convivemos com o medo apesar das cadeias e penitenciárias; a violência aumenta dia-a-dia apesar dos aparatos policiais, dos sistemas de segurança nas instituições e dentro das casas. Os criminosos andam livremente entre a gente como há séculos atrás protegidos pela lei e sua ineficácia em proteger o cidadão, mas apenas em atender os interesses do Estado. O Estado está acima do cidadão? da sociedade? não somos nós sociedade civil que fazemos esse Estado? não confundir com estado de coisas...

Edilberto Abrantes.

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