Salve o Trabalhador!


Eu sou um bicho do mato, do Senhor do Engenho, do Senhor dos Cafezais, do senhor Coronel, do Senhor Governo federal e sua política mesquinha de salários! Pois é, depois de um tempo de escravidão em que apanhava para trabalhar mas tinha o que comer, fiquei livre dos grilhões que me prendiam os pulsos e tolhiam-me as solas dos pés, virei um indivíduo errante. Por muito tempo vaguei, sem terra, sem trabalho, sem comida na mesa, sem perspectiva de uma vida melhor, de um trabalho decente, até que veio a industrialização e com ela, as oportunidades de trabalho, as leis do trabalho e seus benefícios e seus malefícios para aqueles que eram a mão-de-obra assalariada desta grande nação.
Houve um tempo de melhoria para o mercado de trabalho e da produção de bens e serviços! Depois vieram os sindicatos e as entidades de classe com o discurso e o direito assegurado por lei para defender a classe trabalhadora. E vieram as greves e as lutas da classe trabalhadora por melhores salários e melhores condições de trabalho. O emprego começou a ficar escasso, empresas fecharam suas portas e postos de trabalho desapareceram como uma névoa, como uma neblina. A indústria começou a investir pesado em novas tecnologias e foi substituindo a mão-de-obra humana pela automação, pelo robótica na indústria automobilística, na siderurgia, na indústria naval. Até o transporte de cargas começou a usar sistemas computadorizados em carretas e caminhões exigindo do trabalhador melhor qualificação para operá-los, só os salários e as condições de trabalho não se desenvolviam. O tranporte ferroviário também implantou a tecnologia do computador em suas máquinas para transporte de cargas e minério de ferro, bem como os sistemas de transportes de metrô espalhados pelo país.
No campo a agricultura mecanizada começou a surgir para desespero de sertanejos e caipiras de mão-de-obra desqualificada o famoso trabalhador braçal que via o seu trabalho encolhendo no corte da cana, na colheita do algodão, do feijão, do milho, sendo substituídos por máquinas colheitadeiras. O êxodo rural, a superpopulação carcerária, a luta pela terra, o MST, as favelas e as periferias, a miséria, a violência urbana não tem significado nenhum para essa gente que usa o capitalismo como forma de nos massacrar enquanto trabalhadores e pessoas humanas? Está mais do que na hora de um grande movimento em prol do trabalho e contra a miséria, e contra essa forma de governo que segrega, que fomenta a miséria mais que desenvolvimento.
Digamos não a toda e qualquer forma de expoliação seja de qualquer forma ou sistema de governo. Não a toda essa miséria e instabilidade no trabalho que vive o trabalhador.
Salve quem trabalha neste 1º de Maio - Dia Mundial do Trabalho!

Edilberto Abrantes.

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