Um legado de Mãe!

Quantas noites insones, quantos dias a velar; quantas horas aflitas, quantas ainda a calcular. Quantas preocupações, quantas rugas a sulcar de sofrimento e peleja o teu rosto, oh mãe! Quantos filhos ingratos, estúpidos insensatos ainda hão de te negar? Conheces mais que ninguem os meus passos, minhas manias, meus arroubos, meus anseios e deslizes!
Fostes companheira nos meus primeiros dias e eu não fui, nos teus últimos dias! Eu nasci do teu ventre, da tua gênese, do teu amor, do teu sofrimento, da tua renúncia, da tua fé no mundo. Aprendi tudo que sei com voce! Aprendi a rezar, a dividir, a somar, a multiplicar! Só não aprendi com voce a subtrair, a negar, a omitir, a desprezar, a desconhecer, a ser egoísta; isto, o mundo me ensinou e muitas vezes eu fui com voce mãe!
Não fui amigo, não fui parceiro, confidente, até mesmo um ouvinte para ouvir as tuas queixas e frustrações: as minhas queixas e frustrações tomavam todo meu tempo; não sobrava tempo para te ouvir!
Eu nunca te disse: - Eu te amo mamãe!
Agora que já não estás neste mundo, quero te dizer que te amo e não consigo. A voz está presa pela ferrugem do tempo e não sai; mas aqui dentro do peito, como um tambor enlouquecido algo ressoa dentro de mim como o mais forte dos lamentos: - Mamãe eu te amo! Mamãe estás viva dentro de mim! Saiba que a mudez de outrora, reclama e não lhe é mais indiferente. Onde estiveres saiba que fostes muito importante para mim! Que a unidade da família está na sua presença.
Um beijo Mamãe!

Edilberto Abrantes

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